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Estarei a sonhar! Assim acordei abençoado pelos raios de luz que forjadamente rasgavam-me um sorriso inesperado, acompanhados com uma preciosa lucidez insinuante. O que será?! Apercebi-me que era um dia distinto, um dia metamorfósico de elevado efeito. De impulso, esforço-me a tentar recordar as sequências das imagens do sonho, contudo sem resultado, lembrando-me só de uma palavra dispersa na minha incompreensão: Elo. Por si só era uma palavra bastante estranha para me lembrar, contudo não conseguia perceber o seu significado mas sabia que ali estaria um tesouro por descobrir, um significado para além da simples palavra.



Ao longo da manhã, tive uma forte e extrema vontade de falar com os meus pais, parecia um aviso invulgar, mas semeava a sensação, por momentos, da semente da palavra que tanto ansiava. Toc!Toc! A campainha toca, e reparo que eram os meus pais, fiquei surpreendido pois sabia o quanto era raro eles virem ter comigo àquela hora, abro a porta e pressinto o desejo ininterrupto deles falarem comigo, convidando-me para almoçar. Não pode ser! É impossível! Perplexo pelo que nos estava a acontecer, ambos por magia tivemos o mesmo estranho sonho, mas tal como eu só se recordavam de uma única palavra, a mesma palavra que eu recordara. Maravilhados e ao mesmo tempo assustados, começamos a fazer perguntas uns aos outros mas infelizmente ambos tínhamos perdido o trilho que nos levaria ao tesouro, pois não sabíamos como estimular a nossa memória e encontrar a chave do tal mistério. Ali os três, perplexos nos olhares, e entusiastas como crianças, aceitámos este sonho como um desafio divino, uma bússola que nos levaria a encontrar o rumo, o sintoma de que algo acontecerá.

De um segundo para o outro, sentimo-nos mais unidos, mais fortes, algo de profundo tinha-nos mudado, sem saber bem o quê, mas sabíamos que a nossa ligação nunca mais seria igual. Descemos as escadas da praça onde estávamos a almoçar, e intuitivamente demos os três a mão. “Sentiram!” Dissemos os três em uníssono, um arrepio esclarecedor e inexplicavelmente comovedor, num instante pareceu-nos tudo tão claro, o sonho…, enfim toda aquela incompreensão que na realidade nunca existiu, desapareceu. O sonho retratava-nos na criação de um restaurante com os nossos genes, um espaço com três formatos diferentes, e que cada um deles fosse a cara de cada um de nós. O Elo era a nossa estrondosa união, muito mais do que a simples ligação do filho com os pais, era como se estivéssemos sintonizados no mesmo canal, o canal da existência (vida). A tal palavra era a base de toda a possível “criação”, pois o afecto, o respeito e amizade é e sempre será a chave do nosso ELO.

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